- Vários cientistas e artistas do século passado, dedicaram-se à procura da harmonia cromática. Desta forma, surgiram os primeiros sistemas (teorias da cor) de Goethe e Newton. Os seus sistemas compunham-se por figuras bidimensionais (circulares ou poligonais) e formavam-se através de cores puras e suas misturas.
- Mais tarde, chegaram à conclusão que a representação das cores deveria ser tridimensional.
- Assim surge o Sistema de Chevreul, onde para além das cores puras e suas matrizes, também se aplica a utilização de um eixo vertical que indica o brilho e a saturação da cor. Este sistema é constituído por um hemisfério que está rodeado pelas cores puras e as que resultam das suas misturas, e estas vão clareando até ao branco que se situa no centro do mesmo.
- Outro exemplo é o sistema Esférico, de Otto Runge, que pretende descrever e encontrar harmonias cromáticas. Aqui, as cores puras e suas misturas situam-se no equador da esfera, e enquanto se aproximam do centro, pendem para a cor cinzento médio. Assim, as cores tornam-se escuras em direcção ao pólo inferior até atingir o preto, e tornam-se claras , até ao pólo superior, atingindo o branco. No interior da esfera verificam-se as variadas sucessões de cores e possíveis combinações entre cores puras, branco e preto.
- Estes são alguns exemplos de teorias desenvolvidas sobre a cor e a forma como a organização da mesma poderia ser racionalizada, no entanto existem muitas obras de arte que surgiram sem se comandarem por elas. Esta postura de vários artistas, vem contradizer o principio destes sistemas, pois claramente indica que a harmonia entre as cores não tem que ser necessariamente objectiva e que elementos subjectivos de quem está a criar, como a sensibilidade a memória cromática do indivíduo, entre outros, condiciona igualmente a harmonia entre as cores.
- Paralelamente, não pode ser esquecido a forma como a cor surge ao olho humano e ainda a interferência que a luminosidade poderá ter sobre a mesma.
Margarida Ramos